quarta-feira, 8 de março de 2017

Kjaer (Viciante) Weis

Corria o ano de 2014 quando a Muito Pipi teve pela primeira vez a oportunidade de fixar os olhos nas sedutoramente sustentáveis criações da maquiadora dinamarquesa Kjaer Weis.
Confesso não ter uma memória devidamente definida do primeiro contacto, mas creio ter sido através de um artigo que li na minha terceira viagem a Londres. Na altura (prova aqui), esta que vos escreve aguardava ansiosamente a chegada de maravilhosas coisinhas da marca à sua morada portuguesa. E pois que a vida às vezes é tão sinistra como um cavalheiro pintado de palhaço sorridente espreitando num beco escuro de uma estação de metro na calada da noite (maravilhas da vida londrina!). E pois que coisas às vezes sucedem. E pois que o encontro físico entre Weis e Muito Pipi acabou por não se concretizar nessa altura.
Entretanto tempo passou e outros valores consumistas acabaram por se levantar, aumentando assim o espaço entre a Dinamarca e Portugal. Ansiosa por acabar com a distância, esta que vos escreve voou até à Dinamarca. Informei-me, muni-me de coroas dinamarquesas e caminhei a passos largos até à morada onde as embalagens vermelhas de papel reciclado me abraçariam finalmente. E... não. A loja já não existia! Convicta em fazer a ponte e viver este amor que me havia sido negado, movi-me noutra direcção. E, num tsunami de problemas de pronúncia, acabei por receber a dura informação. Não! Não vendiam na loja física, só na online. Sabiam no entando de um outro ponto de venda, a poucos minutos de distância. E lá foi a Muiti Pipi. Mas... não! A loja estava fechada. "Porquê Kjaer, porquê?!!! Porque me escapas das mãos sem dó nem piedade???!!! Porque me partes o coração com a ausência da tua presença???!!"
Entristecida acabei por voltar a Londres. E bem, entre tantas outras emoções e novidades embelezadoras, a marca dinamarquesa acabou por ficar esquecida. 
O desejo reacendeu há umas semanas atrás quando, ao ver uma maravilhosa imagem construída com produtos da Kjaer Weis me decidi a tirar um dia de férias (sim... um dia de férias!) para caçar um destes bichinhos! E sim... posso adiantar que fui bem sucedida! Aaaaleeluia!
Tinha na manga várias opções de lojas, mas a minha primeira opção, a loja escandinava Wild Swans, em Islington, revelou-se uma mina de ouro. Estavámos finalmente juntos!
Uma sombra (Cloud Nine por 32 libras) e um blush (Blossoming por 40 libras) foram os eleitos para um primeiro contacto íntimo. E que escolha! A sombra é uma perfeita embelezadora para dias simples e uma alegre iluminadora de momentos de maior dedicação. O blush por sua vez tornou-se rapidamente no queridinho do momento. A marca descreve-o (aqui) como um tom rosado que proporcionada um visual saudável, resplandecente e fresco. A Muito Pipi confirma! A Muito Pipi confirma tudo! Com uma textura que se funde incrivelmente na pele e que permanece impecavelmente no lugar, o Blossoming escancarou sem dúvida uma caixa de Pandora de insaciável apetite ao melhor nível do Monstro das Bolachas pelo material Kjaer Weisiano.
E as embalagens? Oh... as embalagens! Deliciosas. Prateadas. Pesadas. Graciosamente deslizantes. De uma nível que nenhuma fotografia poderia captar. Para que não vos falte nada, A Muito Pipi pessoa que sou eu criou um lindo GIF para vos mostrar as suas mãos a estonteante dança de sedução prateada criada pelas mentes maléficas da Kjaer Weis.
Como ousam deslizar assim? Como ousam transformar a abertura de uma embalagem num momento de assombroso prazer (não?)? Isto não pode ser obra de Deus meus queridos e queridas. Não pode! 
E com isto me despeço. Tenho umas comprinhas dinamarquesas para fazer.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Felicidade

A busca pelo desodorizante perfeito tem sido partilhada neste blog ao longo dos anos. De opiniões sobre suores alheios (aqui), passando por luto desodorizante (aqui) e novas descobertas (aqui), este meu caminho tem sido indubitavelmente pedregoso. Mas não! Não mais (por favor, mais não!)!
Meninos e meninas, tios e tias, Robertas e Mulatas Marisas, conheçam o Organic Confidence da Organic Essence, um amiguinho cremoso que parece dominar a magia negra das propriadades anti-bacterianas do óleo de coco (diz ele!), sem envolvimento violento de animais não racionais no processos.
Bastou um par de utilizações em pleno fim de verão londrino (a.k.a outono português) para me render aos prazeres da desodorização orgânica. Eu e a bisnaguinha, a bisnaguinha e eu, numa dança domadora de maus cheiros.
Como explicado em posts anteriores, a Muito Pipi não abre no geral portas a desodorizantes cheirosos. Isto explica a razão pela qual a versão Natural do Organic Confidence é a minha favorita. Ainda assim não posso deixar de partilhar um profundo carinho pela variante de Lavanda e de expressar o meu ardente desejo de enfiar as mãos nos irmãos Jasmim Ylang Ylang, Baunilha e Rosa. Aguardai, este blog será devidamente actualizado (o que pode significar uma espera de anos considerando o ritmo de postagem desta querida que vos escreve) quando tiver oportunidade de os esfregar em mim.
E é assim que a ordem está reposta nestas axilas e que eu e o mundo podemos, em conjunto, respirar de alívio, entoando cânticos de agradecimento à natureza e orando para que o Senhor do bom cheiro proteja a Organic Essence.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Descoberta refrescante (ou a Pharmacie de la Mairie)

Numa recente viagem familiar a Paris (um pouco menos recente do que o recentíssimo último post deste blog) oferecida pelas irmãs maravilha, A Muito Pipi e a Extremamente Roberta, grandes aventuras foram vividas. O post de hoje, porque este é um blog Muito abandonado Pipi, dedicar-se-á a uma grande descoberta do mundo da beleza.
Na minha lista de prioridades, em estreita competição com uma boa e recheada visita ao Éclair de Génie, estava um passeio descontraído mas muito profissional por uma das estrondosas farmácias Parisienses.
Por razões da esfera do "não quero não desejo e não gostarei de ser esfregada contra a minha vontade em produtos e em visitantes", decidi evitar a conhecida Citypharma e entregar a minha alma a outros locais de culto.
Depois de uma dedicada pesquisa poliglota, e entre muitas outras fortes concorrentes, a Pharmacie des Archives foi a escolhida. As razões? Excelentes críticas, acesas referências a promoções maravilha e proximidade à minha habitação parisiense.
E foi assim que, num dia de chuva louca, daquelas que entram em malas de viagem fechadas e obrigam à entrega de roupa já usada a máquinas de secar, eu e a minha fiel escudeira Roberta, decidimos aventurar-nos por poças passíveis de se transformar em cosmopolitas tsunamis. Lá fomos nós, de laguinho em laguinho, em saltitamentos interiores de entusiasmo e arrepios exteriores de frio, dada a conjugação do estado das nossas vestes com as condições atmosféricas da capital francesa.
Imparáveis, chegámos à farmácia dos sonhos. E lá estava ela, linda e brilhante, em todo o seu esplendor. Tal qual a imaginava. Lá dentro um manancial de emoções a preços tão refrescantes como a chuva parisiense nos nossos pés. Não havia um arraial de promoções, mas na verdade a magia era tanta que nada mais interessava. O único obstáculo entre mim e tudo o que, sentia, já era meu por direito? Montras fechadas.
Passado o terror inicial de não poder ler rótulos, meter as mãos na massa e cheirar todos os meus mais recentes amiguinhos, a experiência revelou-se deliciosa. Não sei se pelo nível do gasto ou simplesmente pela simpatia dos funcionários, eu e Roberta fomos brindadas com vários presentes, entre os quais um saco térmico azulão, um champô da René Furterer de tamanho grande, uma água micelar da Bioderma de 250ml e mais um conjuntão de miniaturas. Foi muita emoção. Muito amor!
Saímos da farmácia e o sol havia substituído a chuva, como que numa homenagem ao nosso pote de ouro belezístico. E nisto olhei para a esquerda. E vi o inimaginável: a Pharmacie des Archives! Olhei para a direita: a Pharmacie de la Mairie. Horror dos horrores! A Muito Pipi, numa ansiedade de escapar aos terrores da chuva parisiense para mergulhar no mar dourado das marcas francesas, havia entrado na primeira farmácia que vislumbrou na Rue des Archives. Ao invés do número 9, foi no número 2 que tudo aconteceu.
Fiquei inconformada. Não podia ser. Depois de tanta pesquisa tinha feito as minhas compras na farmácia errada?! Nãããããããoooooo! A passo apressado movi-me para a Pharmacie des Archives arrastando Roberta e decidida a continuar as minhas compras, custasse o que custasse. Lá dentro uma farmácia cheia de promoções e com tudo à mão de semear. Mas para meu espanto, o aspecto, a selecção de produtos e a tabela de preços eram bem menos entusiasmantes do que os da Pharmacie de la Mairie. Alívio! O erro Pipiano afinal mais não era do que um estrondoso sucesso! E foi assim que, sem mais compras farmacêuticas, me movi pesada mas feliz, rumo à Sephora da Avenue des Champs-Élysées.
Não me entendam mal fofuras, ambos os estabelecimentos valem muito uma visita. Ambos estão num nível incomparavelmente superior ao das farmácias portuguesas no que a produtos franceses diz respeito. Simplesmente a Pharmacie de la Mairie é uma senhora elegantemente introvertida, cujo aspecto requintado esconde uma grande generosidade, enquanto que a Pharmacie des Archives é uma contagiante e extrovertida jovem, sem paciência para mistérios e cheia de amor para dar. Por questões de identificação, a primeira cumpre melhor o papel de Santa Farmácia Pipiana, mas ambas merecem muito um lugar no céu das melhores farmácia de Paris.







terça-feira, 24 de maio de 2016

Há muito muito tempo...

A Muito Pipi assistiu hoje a um dos vídeos mais interessantes de sempre. O tema: pensos higiénicos!
Pelo que se sabe as mulheres sempre viveram com esse demónio em forma de mar sangrento, ao qual algumas pessoas gostam de chamar menstruação. E por mais que o bárbaro visitante mensal seja conhecido e esperado, diz esta fêmea que vos escreve, que se há coisa que isto é é um incómodo que não se aguenta.
Míticas histórias de panos habilmente colocados na roupa interior feminina eram do meu conhecimento. Mas até hoje nunca havia parado para questionar o impacto da menstruação antes do advento de modernidades como pensos, tampões e copos menstruais.
Este vídeo leve e descomprometido fez-me pensar na saudosa definição da mulher como um ser inferior, limitado por regulares surpresas preparadas pelo seu corpo num caldeirão disfarçado de sistema reprodutor e incapaz de experienciar a vida como os homens. E em como um objecto tão pouco interessante como um penso higiénico moderno foi capaz soltar a mulherada numa multiplicidade de áreas.
Percebo agora bem melhor os rosto delirantes jorrando felicidade das protagonistas dos anúncios de pensos e tampões. Elas claramente fizeram esta reflexão muito antes de mim.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Desapegos forçados

Quase 7 meses depois do último post a Muito Pipi voltou, como que saída de uma looonnnnga hibernação. Antes de voltar à programação normal, recheada de produtada maravilha, numa explosão de cores e texturas, um post tão rápido quão explicativo.
No fim do ano a Muito Pipi deslocou-se alegremente a Portugal para uma deliciosa visita. Esperava sol. Esperava temperaturas rebeldemente superiores às londrinas. Esperava loucura, emoção e surpresas. E pois que embora muito expectante, nada me poderia preparar para a realidade. Aproveitando a minha ausência estratégica, eis que Londres decidiu fazer uma festa. Primeiro na cave do meu prédio, depois no hall, passando carinhosamente pela escadaria principal e deixando o seu toque escaldante no meu apartamento.
E "há um incêndio". E "é pequeno!" E "não está nos apartamentos". Não! "E talvez seja melhor preparar-se uma acomodação temporária no regresso". E "talvez haja danos nos apartamentos". Sim! "E são grandes? São!"
E pois que foi isto. Ardeu todo um prédio, com o lar doce (e claramente quente) lar da Muito Pipi lá dentro. Arderam bens, presentes e recordações. Arderam paredes cheias de sorrisos, cheiros e sabores. Ardeu alguma segurança, um balde de estabilidade e muita alegria. E ardeu, assuma-se, também um pouquinho da alma da Muito Pipi. Porque claramente não era imortal, ardeu a grande maioria da colecção belezística desta que vos escreve, cremes, perfumes e maquiagem incluídos.
Por acasos da vida amiga, a Muito Pipi andava a banhar-se por Portugal aquando da chuva de chamas que pousou na sua habitação e por isso mesmo tinha consigo alguns dos seus items maquiantes favoritos. Aleluuuia! 
Posso dizer agora, vários meses depois que, passado (algum do) horror inicial da perda, voltou a ser entusiasmante ler, namorar e adquirir produtos. Vários meses depois é ainda interessante voltar ao básico e reaprender forçadamente a simplificar hábitos. Vários meses depois quero muito voltar a escrever e a tirar da Muito Pipi os fragmentos de cinza que ainda restam. Vários meses depois, acreditando (ai por favor sim!) que os meus novos amiguinhos belezísticos não serão consumidos por outra chama que não a da minha paixão, voltei para partilhar o que de Muito Pipi há em mim.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

De volta. Ou como viver numa figueira.

Voltei voltei, voltei de lá. Ainda agora estava afogada em chuva e vento mas agora já estou cá. Quente, seca e bem ciente da minha ausência prolongada. Peço que encaminhem toda a vossa revolta para a verdadeira culpada pelo meu desaparecimento: Roberta. É verdade. Não quero ser queixinhas. Nunca. Jamais. Mas as verdades têm de ser ditas. E pois que o animal veio passar um boa temporada a Londres. E claro que a Muito Pipi, como irmã dedicada, amorosa e inigualável, focou toda a atenção na cria de sapinho que dizem ser sua irmã. 
Voltei hoje, para uma breve mas doce partilha. Sai mais uma humilhante história das aventuras da Muito Pipi pelo mundo.
Num passeio pela adorável Liberty, decidi apresentar Roberta ao maravilhoso mundo das fragrâncias Le Labo. No meio das embalagens minimalistas, uma em particular, e a minha favorita: Figue 15.
E pois que sprayzei um papelinho, pois que me enchi de perfume e é até possível que, inadvertidamente, tenha borrifado a cara e o cabelo da minha querida irmã. Festival de figo iniciado, fui para casa, cheirando vezes e vezes sem conta o meu corpo (hum...) para me certificar que valia a pena integrar esta fruta na minha  restrita colecção perfumante. 

No meio do entusiasmo decidi verificar o preço do amiguinho. Mas... onde estava ele? Não aparecia no site, não havia como o encontrar nas minhas procurar googlescas. Oh não!!!!! Teria ele sido exterminado, como tantos outros antes (história de terror aqui)? Nãããããõoooooooo!
Minutos mais tarde foi a hora do medo sair de cena para permitir a entrada do novo protagonista. O constrangimento. E pois que parece que o Figue 15 existe. Está vivo. Está bem. Recomenda-se. Simplesmente não é um perfume para o corpo. Não meus queridos, o mais recente desejo de consumo da Muito Pipi é nada mais nada menos do que um perfume para a casa, qual ambientador luxuoso a soltar fruta doce e refrescante pelos lares do mundo.
Posto isto, e antes que se preocupem: a minha pele está bem! Tão bem que me questiono quão estranho (leia-se chocante, triste e ridículo) seria iniciar uma figueira neste corpo que é meu. Hum... Muito? Pouco? Nada? Nadaaaaaa!!!!!

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Favoritões - Parte 2

Continuando a prometida e demorada lista de amados do momento (iniciada aqui), deixo-vos agora, esparramados que nem lagartixas ao sol, os restantes queridos:
- Stick Labial Coco (Dermophil Indien) - Comprei este queridinho no sempre amigo Cocooncenter, depois de ter ouvido as melhores coisas acerca da marca. Cheira super bem, hidrata muito e custa pouco (3.7€). Um total amor de Verão que acredito que vá arrastar-se pelo Outono e pelo Inverno, de preferência com novas aquisições familiares. 
- Secret de Maquilleurs Éclait du Regard (Embryolisse) - Este é um daqueles desnecessários sem os quais uma pessoa deixa de conseguir viver (#malucagem). O que isto refresca tudo o que é pele à volta dos olhos... Ohhhhhhhhhhh! Alegria, amor e carinho eternos. Não acho que hidrate como manda a lei. E não sei até que ponto alisa o que quer que seja. Mas é tão fantasticamente viciante que não há como lhe negar um contacto mais íntimo todas as manhãs. Como que em jeito de preparação para a festa de produtos que virá a seguir. Problema: por ser em stick, a dada altura deixa de ser possível esfregar o material nos olhos. Porquê? Estão a ver como no fim dos batons uma pessoa tem de enfiar o dedinho na base interna para conseguir alcançar o produto que por lá ainda se encontra? Aqui acontece exactamente o mesmo. A questão é que esfregar o material nos dedos e depois nos olhos não tem o mesmo efeito que passar a coisa directamente na carinha. Compreendo e respeito o design, mas choro por dentro quando deixo de conseguir dar-lhe forte com a embalagem (que custa uns 12.50 euros).
- Instant Radiance Highlighter(Nº7) - Estou viciadona neste iluminador. Na altura em que apareceram os sticks de contorno da Clinique, deparei-me com esta belezura e apaixonei-me. Fofuras londrinas e visitantes, vocês metam as mãos nisto. É bom. Mas bom. Mas boooooommmm! Por 9.95 libras, esta doçura reluzente merece com toda a certeza um lugar de destaque na minha vida. Até porque desde que entrou cá em casa tem sido usado e abusado seriamente. De aplicação simples e com uma cor que funciona muito bem para mim (alerta branquinhas do mundo!), esta foi sem dúvida uma das melhores descobertas dos últimos meses.