quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Dior reciclado

Há quase um ano atrás (aqui), a Muito Pipi chorava o desaparecimento de um dos seus perfumes favoritos e partilhava o nascimento de uma nova fragrância, numa altura em que ainda não era claro o rumo que a relação com o Miss Dior Blooming Bouquet iria tomar.
Hoje, muitas borrifadelas depois, posso dizer que eu e ele estamos juntos para o que der e vier. Em particular se a Dior não lhe der sumiço e se não vier uma nave espacial cheia de marcianos sugar uma por uma todas as embalagens do dito cujo. Oremos irmãos e esperemos pelo melhor!
Repetição importante: o primeiro post em que falei do Blooming Bouquet tem quase um ano de vida. Guardem esta informação com carinho, por favor!
Há cerca de de duas semanas atrás, ia esta consumista Muito Pipi que vos escreve a passear alegremente por uma gigantesca Boots londrina quando, muito ao estilo "Oasis for men" (como ilustra a imagem Modern Familiana), foi atacada por um senhor de perfume em riste. "Quer experimentar o novo Dior?"
"Siiiimmmmm!"
Mas afinal não. Aquela não era uma novidade vinda directamente do paraíso da perfumaria francesa. Não! Não! Mil vezes não! Aquele era o Miss Dior Blooming Bouquet. Maravilhoso, cheiroso e amoroso, mas não novo.
De uma maneira educada e simpática, expliquei: "Eu já tenho. E adoro!"
A resposta foi curta, grossa (em português de Portugal e do Brasil) e inesperada, servida numa bandeja pintada com o rígido pincel do desdém: "Ah que bom! É a primeira pessoa a tê-lo!".
Chocada que fiquei, parei para pensar. Estaria eu a confundir? Poderia aquela ser uma nova versão, ultra fantástica, jorrada para dentro de uma embalagem reciclada? Estaria eu a entrar no mundo da loucura perfumante e a ver em todos os perfumes o meu amado? "Bom... talvez esteja enganada. Mostre-mo então outra vez, por favor." Tudo calmo, tudo tranquilo, tudo simpático. Mas não havia como negar. Aquele era mesmo o perfume que eu julgava ser. Explicada a certeza ao vendedor, a reacção não se fez tardar: "Que bom para si!"
Verdadeiramente incomodada, mas não sem antes explicar ao dominador das datas de nascimento dos produtos perfumantes da Dior que aquele amiguinho já andava à solta há bem mais de 6 meses, dirigi-me para a caixa. Mais do que a falta de educação do vendedor, intrigava-me a certeza expressa nas palavras.
Hum... estaria ele a tentar ludibriar pobres compradores, prontos a ajoelhar-se aos seus pés perante a possibilidade de conhecer uma nova criação da Dior? Teria ele próprio sido ludibriado por um supervisor diabólico, desejoso de ver o seu colaborador humilhado e atirado para a sarjeta perfumante mais próxima? Ou, loucura das locuras, seria Portugal uma meca da perfumaria, por onde todos os produtos passavam antes de serem lançados em Londres? Tantas questões!
Na dúvida, fixem a embalagem acima! A rosadinha fechada com um laço prateado. E não! Este não é o novo perfume da Dior.

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