Desanimada, mas cheia de vontade, joguei-me para dentro da Harvey Nichols. E eis que, num espacinho perto de uma das portas, encontrei a Júlia. Linda e maravilhosa, sentada nuns nenúfares, com o seu cabelo volumoso e vestido transparente. Pequeniiiina, mas quase quase de carne e osso. A emoção foi tal que não consegui conter um guinchinho de entusiasmo. E pois que corri para encontrar os meus objectos de desejo e pois que, alegria das alegrias, consegui tudo o que desejava.

O blush, carinhosamente conhecido como Linda, é muito maravilhoso. É este o poder das explicações profissionais. Não sei bem como descrever a cor (talvez um bege/coral/pêssego com brilhos dourados quase imperceptíveis), mas posso atestar o seu poder pintante. Na verdade eu sou uma branquinha à séria, portanto por norma não me queixo grandemente da capacidade dos produtos para largar cor em mim. Mas neste caso a pigmentação é forte de facto.

No estilo suave, lábios gostosamente naturais, o Boca é o senhor. Confesso que não sou uma mega fã de nudalhadas. Por isso mesmo achei que podia ser giro dar uma oportunidade a uma criação da inspirada (e inspiradora) Júlia. E ainda bem fofuras! Este está a transformar-se rapidamente num queridinho, em particular em dias de maior elaboração maquiante.
A fórmula de ambos os batons é algo meio mate. Na aplicação parecem cremosos e deslizam bem, mas depois de secos ficam sem brilho. São fáceis de aplicar e mantém-se bem nos lábios.
Seguindo os conselhos da Coisas & Cenas, importa dizer que, usando o Boca num dia de almoço indiano super gorduroso, a coisa correu bem. Reapliquei-o depois de ter comido tudo aquilo a que tinha direito (e passadas umas 4 horas do primeiro contacto com o dito cujo) e nessa altura ainda havia uma mancha bonita de batom. Já o Petite Red foi posto à prova num dia de sushi e portou-se igualmente que nem um bom menino. A minha boca não é muito grande, pelo que quando há comida volumosa envolvida é praticamente impossível evitar um forte roçanço alimentar nos lábios. Ainda assim, o vermelhinho rosado manteve a sua gostosidade, com uns ligeiros arrancamentos no centro dos lábios. Ou seja, não são de super longa duração, mas também não desaparecem da boca sem uma pessoa saber como nem porquê.
De resto, devo dizer que na MAC meti as minha mãos em tudo o que havia da Júlia. Claramente não veio tudo comigo para casa, mas a verdade é que mesmo as coisas que não trouxe deixaram saudades. Mais uma razão para voltar à Harvey Nichols. Ou a qualquer MAC. Senhores da marca americana, por favor guardem-me os restos!